Zé:
-Bença padre.
Padre:
-Deus o abençoe, meu filho.
-Padre, o senhor se lembra do João pintor?
-É claro, meu filho...
-Pois é padre, o João veio a falecer.
-Que pena, morreu de quê?
-Olha padre. E moro numa rua sem saída e minha casa é a última. Ele deceu com o carro e bateu no muro lá de casa.
-Coitado, morreu de acidente.
-Não, ele bateu com o carro no muro e voou pela janela. Caiu dentro do meu quarto e bateu a cabeça no meu guarda-roupa de madeira.
-Que pena, morreu de traumatismo craniano.
-Não padre, ele tentou se levantar pegando na maçaneta da porta que se soltou e ele rolou escada abaixo.
-Que pena, morreu de fraturas múltiplas.
-Não padre, depois de rolar a escada ele bateu na geladeira, que caiu em cima dele.
-Que tragédia, morreu esmagado.
-Não, ele tentou se levantar e bateu as costas no fogão que tombou derramando a sopa que estava fervendo em cima dele.
-Coitado, morreu queimado.
-Não padre, no desespero, saiu correndo, tropeçou no cachorro, e foi direto na caixa de força.
-Que pena, morreu eletrocutado.
-Não padre, morreu depois de eu dar dois tiros nele.
-Filho, você matou o João?
-Uai, o doido tava destruindo a minha casa .
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